domingo, 23 de maio de 2010

XHYKUZ - APRENDIZ DE RODIN



...OU ALUNO DE DEUS.

Tomo uma tosca pedra nas maõs,
e lavo com água corrente.
Depois me sento a sua frente,
para começar o trabalho.
Na mão direita um malho,
e na esquerda um cinzel.
Fiz o rascunho em papel,
que é para mim não errar.
E se Deus me ajudar,
vou começar a entalhar.
uma princesa encantada,
esculpida e encarnada.
X
Os cabelos negros e longos,
lhe servirão de moldura.
Tão lindos quanto a pintura.
Rosto forte,traços seguros,
cor dos olhos bem escuros.
Nariz pequeno,afilado,
com um suave rebitado,
A forma do rosto,ovalada,
e delicadamente rosada.
Os labios,aveludados,
sorriso meigo,acanhado,
porta do sonho encantado.
X
O corpo perfeito,esguío.
Seios fartos,altivos,
fonte de sonhos lascivos.
Formas suaves de cintura,
para abraços de ternura.
Par de coxas,torneados,
estuário dos pecados.
Pés lindos e perfeitos,
serão do bolo,os confeitos.
Pele clara,como luz de luar.
E quando a hora chegar,
e a obra eu finalizar,
Vou carrega-la ao altar.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

REBOTALHO



Gosto de andar no Parque Ecológico,
mas sem cumprimento de horário,
nem de compromisso diário.
Gosto mesmo é de vagar,
pelas trilhas e sonhar,
com a natureza aplaudindo,
sempre que venho sorrindo,
caminhando pela vereda,
as vezes pensando na vida,
outras,enrolando uma seda.


Queria ser guitarrista,
de uma Banda de Rock.
com a figura de um lóki,
que como um Page fraudado,
já tem seu destino traçado,
nas cordas do violão,
cantando a mesma canção.
As vezes trancado na vida,
outras na solidão
constante na mesma batida.


Mas não admito entretanto,
que me tratem jocosamente.
porque quem fala não sente,
aquilo que trago no canto.
Meu facão tá afiado,
e ja perdi a paciência,
portanto tomem cuidado,
vou agir com violência.
O meu nome ninguem mancha
Não aceito,o rebotalho,
Nos pequenos,dou de prancha,
e nos grandes, dou de talho.


.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A BUFA



Tô ficando aborrecido.
Com que tá acontecendo.
Juro não tô entendendo.
Vou procurar uma ajuda.
Preciso que alguem me acuda.
Me ensine uma medicina.
Que me livre desta sina.
De todos me olharem de lado.
Com jeito de espantado.
Quando toco minha buzina.

Pensava que era discreto.
Quando soltava o rojão.
Com as prega em união.
Prá mó de não trovejá.
Jeito chique de peidá.
Sem chama muita atenção.
Dos que tem boa audição.
E também tomá cuidado.
Com os de nariz afiado.
Que logo abanam a mão.

Fui numa curandeira.
Prá fazer um tratamento.
Ela me deu um unguento.
Prá enfia no ânal.
Como se fosse normal.
Enfiar em meu fiofó.
Sem piedade nem dó.
Vai me alargar o acento.
Eu juro que não aguento.
Tadinho do meu xodó.

Mas ficou insustentavel.
Me cansei dos amadores.
Fui procurar os Doutores.
Formados nas faculdades.
Para contar todas verdades.
Do problema que enfrentava.
Toda vez que eu peidava.
Nas esquinas da cidade.
Gente de toda idade.
O dedo prá mim apontava.

Falei que meu bufa não tinha;
Nem barulho,nem mau cheiro.
E que aquele povo inteiro.
Estava comigo enganado
O Doutor com todo grado.
Me deu dois comprimido.
Um servia pro ouvido.
E o outro pro nariz.
Que neste pobre infeliz
Os dois tava entupido.